Mercado de Trabalho

Depoimentos de Ex-alunos

Victor Corcino

Engenheiro de Performance de Campo na TechnipFMC (Brasil)

Descreva sua formação desde o inicio da graduação

Logo após ingressar no curso de Engenharia Química na UFRJ, em 2011, ouvi falar do Programa Especial de Matemática (PEM), oferecido pelo departamento de Matemática Aplicada para os alunos de engenharia que quisessem se aprofundar mais nessa área. Ingressei no PEM pela vontade de aprender mais, mas o que mais fez diferença nesse período da minha graduação foi o engajamento que tive com as matérias em si e com todas as atividades extras, como IC, monitoria, seminários e etc., por conta do clima de amizade e cooperação que existe entre os alunos da Matematica Aplicada, que passavam boa parte dos dias convivendo na nossa sala de estudos, a ABC-116. Pouco após a metade do curso, tive a oportunidade de fazer um intercâmbio na Inglaterra, na cidade de Manchester, onde morei por um ano. Voltando ao Brasil, fui convidado a ingressar no programa de integração da graduação com o mestrado em Engenharia Química. Durante a graduação, fiz estágio na Braskem, e em seguida na TechnipFMC, empresa fornecedora de equipamentos submarinos e serviços para a indústria de óleo e gás, onde trabalho até hoje como Engenheiro de Performance de Campo e tenho como função auxiliar a otimização da produção de petróleo e a maximizar a vida útil dos nossos equipamentos. Para tal, utilizo conhecimentos de fluidodinâmica computacional, inteligência artificial, termodinâmica, entre outros, que utilizam com base muito do que é visto no curso de Matemática Aplicada.

Como o bacharelado em Matemática Aplicada da UFRJ foi fundamental pra tua formação?

Ter participado do PEM mudou o jeito que eu via a faculdade e o conhecimento em si. Acredito que se não tivesse passado por lá, meu interesse em me aprofundar em diversos assuntos teria sido muito menor. Muitas pessoas falam que a matemática é apenas uma ferramenta, mas acredito que um dos principais fatores que influenciam no resultado de um trabalho é, de fato, a qualidade da ferramenta utilizada. Mais do que ser eficaz, uma ferramenta eficiente torna o trabalho mais simples e mais claro, propiciando seu desenvolvimento e resultados cada vez melhores.

Como a matemática e conhecimentos mais quantitativos são vistos na tua area de atuação?

O engenheiro normalmente trabalha como uma calculadora: informação entra, informação sai, e algum desenvolvimento ou melhoria ocasionalmente ocorre durante este processo. Um conjunto de regras e normas da indústria indica exatamente o que e como determinado cálculo deve ser feito, e isso é essencial para a qualidade do trabalho e segurança tanto da empresa quanto do próprio engenheiro. Contudo, ter uma base matemática mais sólida possibilita vislumbrar possibilidades de melhoria, automação e desenvolvimento desses processos de forma mais rápida e natural. Seja por desenvolver técnicas diferentes, modificar equipamentos que ainda atendam todas as exigências mas que apresentem melhor custo benefício, eu até mesmo desafiar as regras do jogo e tentar expandir a fronteira do que é praticado pela indústria. O mercado de óleo e gás, onde atuo, é bastante tradicional e historicamente avesso a mudanças. Contudo, até ele já percebeu que o mundo está mudando rápido demais, e quem não se adaptar vai ficar pra trás. E quem vai liderar essa mudança vão ser os que estejam mais preparados tecnicamente, que tenham maior visão do futuro e maior capacidade de conectar diferentes áreas da tecnologia. Isso tudo é desenvolvido no curso de Matemática Aplicada, pois, com o nome já sugere, ele se preocupa com a aplicação, a finalidade para a qual aquele conhecimento pode ser utilizado, mas também com todo o lado matemática de entender não apenas para que servem as ferramentas, mas como e por que elas funcionam.